CARTA ABERTA AO BOVESPINHA

Bovespinha:

Nunca estivemos frente a frente.
Nos falamos ao telefone apenas uma vez.
Mas são nos pequenos atos que conhecemos as pessoas.
Esses pequenos atos seus nos últimos dois anos me fizeram te admirar.
Isso sempre fiz questão de deixar claro, muito antes da existência desse blog.
De um tempo pra cá iniciamos uma amizade virtual através do chat.
É verdade que na internet todo mundo é rico, bonito, e cheiroso, mas mesmo via teclado, é impossível alguem ser oque não é se expondo tanto por tanto tempo.
Isso vale pra você.
E vale pra mim.
Minha personalidade está nesse blog.
O melhor dela, e o pior tambem.

Recentemente você fez um comentário num post aqui do blog.
Eu fiquei puto.
Puto mesmo.
Não pela discordância, mas pela forma.
Nesse momento não importa nem meu o post nem o seu comentário.
Você tinha o direito de opinar e eu de ficar puto, nada mais democrático e comum entre duas pessoas que ,mesmo virtualmente, passavam umas 10 horas juntos diariamente.
Mas.....
Minha reação, e aqui usarei uma uma expressão que está na moda, tirada da diplomacia, foi desproporcional.
Dentre os amigos que frequentam o chat ,alguns acharam que a resposta estava à altura, e outra, a maioria , me falaou publicamente que eu havia exagerado.
Fiz oque tinha que fazer.
Levei a questão à pessoa, meu norte, meu pai, que me auxilia nesses momentos.
Depois de ler e reler o começo de tudo.
Depois de compreender a minha irritação, ele foi categórico:
"-Esse cara tem que receber as suas desculpas."
Ouvi, ponderei, concordei.
Disse que ia te mandar um email.
Ele disse:
"-Não, nada de email."
"-As desculpas tem que ser públicas."
"-Você tinha o direito de sentir oque sentiu, mas nunca responder daquela forma à alguem que você considera, mesmo que virtualmente, seu amigo."

Então , aqui vai:

Bovespinha:
Eu , Ray, humildemente te peço desculpas.
Do fundo do meu coração eu admito que errei.
Não tenho como mudar o passado, mas posso tentar consertar o presente.
Não tenho um pingo de vergonha em te dizer isso, mas não conseguiria me olhar no espelho se não o fizesse.
Assim, sou eu.
Um abraço:
Ray.