segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O BARBEIRO DE PARIS E A FERRARI PARTE 1

Eu sempre quis começar uma estória com um "ERA UMA VEZ".
Então lá vai:
Era uma vez:
Um jovem com seus vinte e poucos ,precoce, que tinha negociós com uma multinacional francesa. Ele tinha um ótimo relacionamento com o presidente da empresa no brasil,que, pasmem, era francês.
Não podiam ser chamados de amigos,mas tambem não eram simples parceiros de negocios.
Eram algo mais que isso e menos que aquilo.
Um certo dia o presidente, que morava em São Paulo, fez uma viagem de rotina á Paris.
Dois dias depois ligou para o jovem, no Rio, e o chamou para seguir o mesmo destino.
Seria bom,tinham negócios a tratar ,e era interessante negociar fora de de casa.
O jovem partiu na mesma noite.
Chegando em Paris foi recebido com a mesma deferência das outras vezes.
Motorista no aeroporto, o hotel de sempre,e o quarto com a vista preferida.
No meio da tarde já se encontraram na sede mundial da empresa.
Bateram papo,conversaram com diretores.
Apenas amenidades,nada sério.
Marcaram de jantar,o presidente com sua esposa linda de morrer,e o jovem, sozinho.
No jantar ,de novo, amenidades,o restaurante,o preferido dos dois,o vinho, único.
Eram iconoclastas.
Marcaram de se encontrar na sede da empresa as 9 da manhã do dia seguinte.
Manhã do dia seguinte:
Sentaram- se e puseram os assuntos na mesa,a negociação,cordial.
Não haviam pontos que um dos lados não pudesse ceder.
Os dois tiraram de letra.
Jantaram de novo naquele dia,e combinaram de se encontrar mais uma vez, as 9 da manhã,mais uma vez, para acertar os últimos pequenos detalhes do que tinham que tratar.
Nada de mais.
Protocolar.
Foi mais fácil do que o esperado,tudo resolvido.
O presidente teria que viajar naquele dia ,no meio da tarde.
Iria a Berlim e voltaria no dia seguinte a noite,ficaria mais um dia e retornaria ao Brasil.
Pouco mais de 24 horas fora de Paris.
O jovem ficaria mais uma semana,pra descansar.
Negócios concluidos cedo,dava tempo de almoçarem juntos.
Desceram ,e no estacionamento da empresa o presidente levou o jovem até seu carro particular.
Como ia viajar, deixaria o carro no estacionamento do aeroporto até o dia seguinte.
O carro era uma Ferrari Testarossa fabricada há uns 5 anos.
Vermelha,não podia ser diferente.
Ao entrar no carro o jovem disse:
"É a primeira vez que ando numa Ferrari. "
O jovem estava hipnotizado, extasiado.
A caminho do restaurante ,fez dezenas de perguntas animadas sobre a italiana,e teve dezenas de respostas idem .
Os dois tinham a paixão por automóveis em comum.
Talvez, pela distância que os negócios exigiam, o presidente nunca havia falado sobre seu bibelô particular.
Mas, nesses poucos dias de negociações fáceis e de jantares regados á vinhos caros, haviam se aproximado demais.
Havia um quase carinho.
Durante o almoço só falaram sobre o carro.
O presidente disse que tinha comprado a Ferrari há uns 3 anos ,antes de saber que viria para o Brasil.
Disse que tinha comprado o carro com 1.500 km ,de um amigo.
Pouco teve oportunidade de usar o carro, que ele chamava de obra de arte da índustria automobilistica.
Andava e pouco, quando ia á Paris a trabalho e numas poucas viagens pelo interior da França,durante suas férias.
O Brasil era o oceano que distanciava o presidente da sua paixão.
Fim do almoco.
Hora do presidente ir para o aeroporto.
Na saida do restaurante ,o braço esticado, a chave na mão.
"Toma!"!!!
"Ela é sua até amanhã", disse o presidente.
Recebeu como resposta o de jeito nenhum menos convincente da história de todas as linguas.
O presidente,firme ,repetiu:
"Pega a chave, eu vou de táxi para o aeroporto".
"Faça oque tem que fazer."
"Faz por mim oque não posso."
O jovem não conseguiu dizer nada.
Calou.
Um abraço depois, o presidente entrava no táxi .
E o jovem na Ferrari.
O jovem ficou pensando oque levara aquele homem a lhe emprestar o carro.
Seria para estreitar ainda mais a relação comercial?
Seria apenas porque se gostavam?
Ele parou de pensar.
Não era momento de pensar.
Era momento de sentir.
E ele sabia disso.
Sentiu.
Minutos depois estava flanando pelas ruas de Paris á bordo de uma Ferrari.
Ele conhecia bem a cidade.
Aproveitava cada minuto.
Duas horas depois resolveu ir para o hotel.
Por mais prazer que sentisse,não pegaria bem rodar muitos kilometros.
O jovem não queria abusar.
Queria guardar para a noite.
Ir pra noite Parisiense de ferrari.
Saiu do hotel ás 8 da noite, mais cedo do que o habitual.
Foi e voltou pela Champs Elysee umas 10 vezes.
Andou pela boulevard Saint Germain a 30 por hora.
Cruzou o Sena, uma ,duas, vinte vezes.
A desculpa era a de apreciar as pontes.
Ele adorava as pontes e suas histórias.
Era impossível conhecer na intimidade os instintos primitivos do carro,era impossível correr,não em Paris.
E nem ele fazia questão.
Ele só queria estar ali.
Já sabia seu destino final.
O lugar do momento em Paris.
Seu nome estaria na porta.
Ganhou a loura belga ainda na garagem subterrânea.
Entrou ,se divertiu,bebeu pouco.
Voltou para o hotel.
Fez amor, gostoso.
Quase manhã.
A belga partiu.
Acordou feliz.
Não pelo sexo da noite.
Mas porque sabia que tinha mais algumas horas com a Ferrari.
Saiu para dar uma volta a pé.
Fez umas compras,tomou 2 cafés,admirou a cidade, como sempre fazia.
Era apaixonado pela cidade.
Paris , ele diz até hoje, é o único amor que ele tem vontade de repetir todas as noites.
Lindo dia.
Voltou solitário para o hotel.
Caminhando.
Os passos mais rápidos que o normal.
Parecia com pressa.
Nem percebeu.
Ligou o carro.
Estava de novo onde queria.
Paris parecia pequena.
Que céu.
Azul.
Mirava a todo momento a torre Eiffel,não tirava o olho.
Queria ver a torre de todos os angulos.
Paris era seu amor.
Paris era o sexo que nunca cansava, que nunca se repetia.
Paris era a única mulher que ele não enjoava depois de uma semana.
Desfrutava duas obras de arte ao mesmo tempo.
Sua cidade e sua escultura rotativa, vermelha.
Passeava.
Orgasmos.
Felicidade.
Sem palavras.
Desviou os olhos de novo para, pela milésima vez, apreciar a torre e .....
embucetou a Ferrari na traseira de um Renault clio .
CONTINUA.

8 comentários:

Anônimo disse...

Pra que.
Escrever.
Assim?

Rafael disse...

Porra, num Clio?

Rafael disse...

Bom, podia ser pior...

http://img329.imageshack.us/img329/7038/2585047767a0eb66466cnx5.jpg

Anônimo disse...

cade a continuação?

Anônimo disse...

Segunda parte já!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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